No dia 26 de maio iniciei o processo para a cirurgia (enterectomia/colectomia por videolaparoscopia) com dieta líquida. Passei o domingo inteiro a base de água, água de coco, gatorade e mate. Mas tudo por uma boa causa. À noite, internei-me no Hospital São Lucas, no Rio de Janeiro, para esperar a cirurgia.
Acordei no dia 27 de maio bastante calmo e logo apaguei quando a anestesista me deu um Dormonid. A partir daí, só me lembro de ter chegado à UTI após a cirurgia com muitas dores. Só me recordo de alguns momentos e até agora acho que alguns desses momentos foram alucinações.
Fiquei cerca de 6 horas dentro do centro cirúrgico e retirei parte do íleo terminal (intestino delgado) e do ceco (intestino grosso). A peça total foi de 50cm.
Na terça-feira (dia seguinte à cirurgia) recebi alta da UTI e fui ao quarto, onde fiquei por uma semana. No dia 4 de junho, finalmente, recebi alta e pude voltar à minha casa.
Vou relatar o pós-operatório cronologicamente:
27/05 – Acordei na UTI com dores. Aplicaram-me medicação tanto para dor quanto para dormir. Nada insuportável.
28/05 – Recebi alta da UTI e a pior parte de todo o processo chegou: a retirada da sonda vesical. Não importa o que digam, a retirada da sonda é extremamente dolorosa, mas felizmente passa e dura pouco. A retirada total dura cerca de alguns segundos e a dor permanece por alguns minutos.
29/05 – Já no quarto, sentia dores para levantar e para urinar, andava meio “torto” e a alimentação era soro intravenoso.
30/05 – Comecei a beber água e as dores estavam diminuindo.
31/05 – Dieta líquida de prova, comecei a beber chás. A dor para urinar já não existia.
01/06 – Retirada do acesso intravenoso. Nesse momento só sentia dores ao levantar.
02/06 – Início da dieta “quase” sólida com frango desfiado e purês. Entrei em estado febril (sem explicação) o que adiou a minha alta.
03/06 – Quase sem dores, tive uma leve febre na madrugada e precisei ficar mais um dia em observação e fazer alguns exames.
04/06 – Sem febre, alimentando-me, intestino funcionando e quase sem dores, recebi alta e fui embora do hospital.
Hoje ainda estou com os pontos, mas quase não sinto dores. Na verdade, apenas sinto dores musculares e dores na cicatriz ao tossir. Um pós-operatório muito bom e na próxima semana já estou liberado pra voltar ao trabalho. A dieta sem resíduos e sem gordura deve permanecer até completar 4 semanas de cirurgia. Musculação só depois e 3 meses.
Por fim, gostaria de agradecer a todos que me apoiaram, aos meus amigos, aos médicos que me atenderam, à equipe de enfermagem do Hospital São Lucas. Enfim, a todos que de alguma forma participaram desse momento.
Obrigado!
#OperaçãoAiMinhaBarriga
Hey,
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vlw tiozé…força leskito…se precisar de algo tamo ai…abs
Olá! Também tenho doença de Crohn e fiz essa mesma operação em 2008. Retirei 35 cm. Infelizmente fiz uma colonoscopia recentemente e apontou novo comprometimento na região do íleo. Vou iniciar o tratamento com Imunobiológico (Humira) e torcer pra não precisar fazer outra cirurgia. Não deixe de se tratar, pois a cirurgia não é a cura do Crohn!
Parabéns pelo blog e tudo de bom pra você!
Nossa seu caso me ajudou, fico feliz que ocorreu tudo bem, minha mãe está intenada, ficou 1 semana na uti, o agravante dela foi ter sido operada com 38 kg, porém não teve outra escolha, ela está internada há quase 1 mês, mas não corre riscos, sua dificuldade maior é comer alimentos sólidos, tem sido difícil, mas sua história foi inspiradora!! Aos poucos ela esta se adaptando e está com depressão, mas está sendo acompanhada e estamos ajudando ela, o chron está controlado, para ter alta precisa resolver o disturbio alimentar.
Boa tarde Thiago.
Faço tratamento para Chron também e, provavelmente vou precisar fazer a cirurgia também.
Operou com qual médico (a)?
Estou apreensivo quanto a cirurgia, mas esperançoso. Como estou com anemia, vou precisar tratar antes da cirurgia. E hoje como anda sua vida, alimentação normal, atividades físicas, etc…
Desculpa pelo monte de perguntas e um grande abraço!!
Alexandre Martins
Oi Alexandre, tudo bem?
A minha alimentação é normal, não tenho restrições. Faço atividade física, viajo, ou seja, minha vida é normal. Obviamente, com algumas adaptações, como por exemplo, eu ando com uma necessaire com álcool gel e papel higiênico na mochila para o caso de precisar usar um banheiro público. Mas não vejo isso como um impeditivo.
Abraços e saúde!
Olá! Vcs já ouviram falar do hospital em São José do Rio Preto, que vira a doença de Ctohn com transplante de medula? É preciso fazercquimioterapia antes. A paciente fica três meses no hospital.
Meu irmão, 57 anos, fez cirurgia de crohn, com a eliminação do estreitamento. Mas não foi nesse hospital. Vou procurar informações .
No Facebook tem uma página doenca de crohn e transpante de medula, onde viram os nomes dos médicos
Olá Dorah, tudo bem?
O transplante de medula para a doença de Crohn só é recomendado (e realizado) em casos muitos específicos, em que o paciente não responde aos tratamentos convencionais.